Exorcismo – Thomas B. Allen | Crítica

Livro-reportagem traz a história que inspirou o clássico O Exorcista


A DarkSide Books traz uma grata surpresa aos fãs do terror em 2016. O livro Exorcismo, de Thomas B. Allen mostra a história de Robbie Manheim, um garoto de 11 anos que foi supostamente possuído pelo demônio em 1949. Com um olhar jornalístico, Allen traz o incessante debate entre fé e razão, sempre deixando ao leitor o juízo de valores proveniente da discussão.

A dúvida é o que permeia toda a obra. Em diversos momentos acreditamos piamente que o garoto está somente dando uma zoada nos seus familiares e em outros temos total certeza de que ele é a encarnação do Coisa-Ruim na Terra. O autor, que foi repórter da revista National Geographic por muitos anos, consegue trazer sua imparcialidade jornalística para o livro. É interessante também notar as considerações finais do próprio Allen ao final da história, o que só alimenta mais ainda as dúvidas que o leitor irá enfrentar durante a leitura. Como sempre, a DarkSide Books investiu numa edição primorosa. Com capa dura e um projeto gráfico totalmente ornado com o tema, Exorcismo é um daqueles livros que ficam bonitos de se ver na estante. Os fãs de cinema também se interessarão pelo livro, já que a história ali relatada serviu como base para o clássico O Exorcista, dirigido por William Friedkin em 1973.

Outro ponto interessante de se notar no livro é a construção narrativa. Allen segue os padrões clássicos da ficção: apresenta-se um cenário, um conflito, uma solução temporária, o retorno do conflito, o clímax e a resolução de tudo. Com isso, Exorcismo torna-se um belo exemplar do jornalismo literário encabeçado na década de 1960 por nomes como Truman Capote (A Sangue Frio) e Gay Talese (Fama & Anonimato).

Pessoalmente, não extrai nenhuma conclusão espiritual ao final da leitura, porém, com enorme curiosidade para saber mais sobre o caso de Robbie e sobre outros casos famosos mencionados durante o livro. Definitivamente a veracidade ou não dos fatos apresentados em Exorcismo não importa, mas uma coisa é certa: medo, tensão e inquietação são sentimentos constantes durante a leitura.

Nota: 9/10

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